domingo, 26 de fevereiro de 2012

Prova de Amor

Para começo de conversa vou explicar: sou romântica.
Não, não não! Não me confundam, não estou num romance da Disney, não espero o beijo, o príncipe, não sou a bela...
Sou romântica porque levo bem e até consigo ver poesia nas desgraças da vida, aquilo que foi meio mal, aquilo que é meio feio, então, topo dizerem que sou uma romântica a lá Bridget Jones no limite da razão.
O erro, a confusão, a briga, o chilique (na maioria das vezes desnecessário), colocam situações tão difíceis que só sendo muito romântico para reverter. Essa habilidade, o romance, é disciplina obrigatória nesse curso nada fácil chamado casamento ou vida a dois, vida privada, ou como queiram.
A crise existirá e só os românticos serão capazes de criarem clima de abonança depois destas tempestades. O romântico enxerga além do descompasso, do descabelamento maluco, das bochechas vermelhas, dos gritos etc .A vida privada é uma comédia, já dizia o mestre Nelson Rodrigues, e o romance dessa natureza burlesca, esse romance que não é romanceado, dissimulado por posturas mais firmes,ou mais eróticas, nada docinho ou melancólico, mas sim com essa habilidade para estar quase sempre no limite da razão, e com a sobriedade necessária para não transformar esse quadro num canastrão drama mexicano.
O casamento é como aquele contrato assinado em que não se  leu as letras miúdas. E é preciso muito disso chamado romance para fazer valer aquela idéia sobre o real apresentado pelo cotidiano.
Então, senhores casais o romance é a dose diária de sobrevivência do casamento, e portanto agradeçam...
por todo romance guardado no silêncio, no olhar, pelo que traz à razão, pelo riso, por guardar o riso em respeito as supostas crises ou dores, pela gentileza de ouvir e por ignorar quando não vale a pena, por massagens nos pés, por lavar o banheiro, guardar a louça, por fazer possível a convivência em nome de algo que romanticamente chamamos de AMOR.
bom domingo para os casais......

2 comentários:

  1. Ah, somos todos incorrigivelmente românticos! Mas acho que esse post deveria ser complementado com outro, dessa vez sobre a paixão. Se seu romance é um equilíbrio, a (minha só? ou de todos?) paixão é um excesso. Sei que sabe que também não me refiro à paixão da Disney ou da Globo, mas às paixões de Almodóvar, de Lispector, de Rodrigues; a paixão como aquela irrefreável sensação de atirar-se sem páraquedas, com mais do que uma dose de imprudência. Se o romance estrutura a vida a dois, é a paixão que a tempera. Se o romance faz concessões, a paixão faz loucuras. Mas são loucuras de amor. Também me considero um romântico, mas sou antes um apaixonado. Sem limites, sem restrições, sem estribeiras. Por toda paixão que movimenta "a convivência em nome de algo que romanticamente chamamos de AMOR". Boa segunda para os casais...

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  2. Concordo a paixão verdadeira, genuína, visceral e vital. Talvez seja este sentimento tão grande e "irrefreável"o que nos põe no limite da razão.

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